Sunday, December 19, 2010

GPS manual

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Minha passagem pelo Brasil agora nesse fim de ano foi realmente muito curta. Nem deu para rever os amigos. Mas os gaúchos me receberam muito bem, com muito churrasco!

Além da comida, estava com saudades do humor do brasileiro, que é bem diferente do humor do gringos. Também é difícil de manter o bom humor quando a temperatura máxima é menos 10 graus.

Esta semana, no Brasil, vi um ambulante vendendo mapas e ele gritava "olha o GPS manual, não quebra nem dá pau!"

Nunca iria achar algum ambulante com esse bom humor nos EUA.
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Saturday, December 4, 2010

Cinema POA > Cinema SP

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Porto Alegre é uma cidade interessante. Tirando o sotaque engraçado e a cara carrancuda dos gaúchos, acho que Porto Alegre é uma mistura de cidade grande com cidade pequena.

A comida é muito boa e barata. Tem vários restaurantes por quilo e o preço varia em torno de R$29/kg. O que eu mais gostei é que eles também oferecem um tal de "livre". Você paga uns R$14 e come o quanto aguentar: saladas, pratos quentes e sobremesa inclusos. Com o suco de laranja (ai que delícia suco de laranja espremida na hora!) sai tudo por R$16.50 (ou dezesseis com cinquenta como diriam os gaúchos). Sensacional. Com a saudade que eu estava de comida brasileira, nem precisa falar que eu só como no "livre".

Os gringos que vieram comigo estão bobos de tanto comer. Eles não aguentam mais comer carne vermelha. Outro dia a gente foi numa churrascaria rodízio (R$25/pessoa) que tinha até danças típicas gaúchas. Foi legal. Mas uma das meninas acabou passando mal no dia seguinte porque o metabolismo dela não está acostumado a tanta comida boa de uma vez.

Hoje eu aproveitei que os gringos capotaram depois da "noitada" de ontem e fui no cinema assistir Tropa de Elite 2. Qual não foi minha surpresa quando a vendedora dos ingressos falou "pode escolher os lugares, aqueles em verde estão disponíveis". Dá pra acreditar? Lugar marcado no cinema! Nada de filas quilométricas ou chegar 1 hora antes para pegar lugar bom.

Depois, quando fui comprar pipoca tive outra agradável surpresa: pipoca doce e salgada. E se você tá na dúvida, pode pedir para colocar meio a meio no pacote. Sensacional!
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Monday, November 1, 2010

Bonfire

Na última sexta-feira teve o bonfire. É uma fogueira gigante que tradicionalmente se acende para dar as boas vindas aos ex-alunos da faculdade. Além disso, também tem um trote que os calouros da graduação recebem: eles se vestem com pouca roupa (só shorts e camiseta, por exemplo) e têm que correr em volta da fogueira até que ela acabe.

Estava um frio danado (3 graus) e eu agradeci a Deus que alunos de MBA não participam dessa tradição.

Friday, October 15, 2010

Dia de faxina

Hoje foi dia de faxina aqui em casa. Até que não estava muito sujo não. Acho que é porque não tem muita poluição e, por causa do frio, as janelas estão sempre fechadas. Mesmo assim é um saco fazer faxina.

Não tem nada mais chato do que lavar o  banheiro. E pior é que o banheiro aqui não tem ralo, então não dá pra lavar com água e sabão. O jeito é passar aspirador e depois pano úmido com cândida. E o banheiro é do tipo que não tem box: o chuveiro fica dentro da banheira. Tem lá suas vantagens, porque você não precisa gastar uma fortuna com box, é só comprar uma cortininha e trocar quando ela ficar velha. Mas o chato é limpar a tal da cortina. porque ela é feita de plástico, eu fico meio receosa de colocar na máquina de lavar roupa. Sei lá, pode rasgar ou derreter, já que a máquina usa água quente. Bom, enfim eu passei um pano úmido com cândida na cortina também.

Uma coisa de que gostei foi do suporte para colocar xampu, sabonete e coisas assim. É um caninho com uma mola dentro que você encolhe e apoia uma ponta na banheira e a outra no teto. Aí as prateleiras ficam apoiadas no caninho. Genial, não precisa furar a parede.

Apesar de adorar um banho quente, eu quase não uso a banheira. Primeiro porque não dá tempo, mas também porque me dá uma dor na consciencia gastar tanta água num banho.

Era um casa muito engraçada...

Atendendo a pedidos, segue uma fotinha da casa onde eu e meu namorado estamos morando. É essa aí da ponta esquerda e como vocês podem ver, as árvores estão com as folhas vermelhas e algumas já nem tem mais folhas. O inverno está quase aí...

Monday, October 11, 2010

National Coming Out Day

Pois é, hoje aqui nos Estados Unidos é o dia nacional de sair do armário. Isso mesmo. Os americanos têm um dia (11 de outubro) de conscientização e discussão sobre questões de gays, lésbicas, bisexuais e transexuais.

Todos os alunos aqui da escola receberam uma mensagem (parcialmente copiada abaixo) explicando o National Coming Out Day. E também receberam um adesivo para, se quiserem, demonstrar apoio. Achei muito legal.

Fiquei pensando que no Brasil ainda somos muito preconceituosos e hipócritas com questões como essa e que, talvez, um dia nacional de sair do armário até que seria interessante...

"Dear Tuck Community:



Why don’t lesbian, gay, bisexual and transgender (LGBT) people come “out of the closet”?


Sometimes people aren’t sure about their sexuality, sometimes they aren’t comfortable being honest about their sexuality, and sometimes they don’t have the support of their friends and families. We might not be able to change the first two, but we can change the last.


Tomorrow (Monday, Oct. 11th) Tuck will celebrate National Coming Out Day, when the LGBT community can show some effort, the reluctant among us may gain some courage, and the rest of us will have an opportunity to demonstrate support for our fellow LGBT classmates. Tomorrow we will honor the hard lessons we’ve learned over the last 20 years -- that “Silence=Death” and “Closets are for Clothes.”


(...)"

Monday, October 4, 2010

Novo estudante no campus

Olha só quem resolveu aparecer no campus. Agora sim consigo entender porque as pessoas me perguntam se os macacos andam soltos nas ruas de São Paulo...

Outono

A paisagem está ficando com um colorido lindo: verde, amarelo, vermelho, laranja.

A má notícia é que isso significa que o inverno está chegando...

Paella

Uma das vantagens de morar no exterior é que se faz amigos de diversas nacionalidades. Por exemplo, hoje eu fui convidada para almoçar na casa de uns amigos. Um deles é espanhol e, como ele mesmo gosta de deixar bem claro, além de espanhol ele é valenciano.

Ele importou o arroz especial para fazer paella e também trouxe uma panela própria para o famoso prato valenciano. A paella foi feita no fogo a lenha, para que o arroz tenha o aroma da madeira queimada. Antes da paella a gente também saboreou tapas (alguns aperitivos): tortilla, mariscos com molho de alho e bacalhau com pimentão. Vixe, nem preciso falar que estava tudo à altura de um banquete divino.

Essa minha experiência no exterior está me expondo a 8 ou 80 em termos de comida. Nesse último ano, comi comida que dava vontade de vomitar, mas também experimentei umas coisas dignas de cardápio nobre!

Thursday, August 5, 2010

México!

Estou no México (Monterrey).

Se nos EUA eles comem comida ardida, eu nem sei como chamar a comida aqui.

Acabei de vim do restaurante do hotel. Falei pro garçon no meu melhor portunhol "Mira, no me gusta comida picante. Entonces, nadie picante por favor."

Aí o cara sugeriu "sopa de mariscos, un fumé de pescado con hoja santa, cilantro y plátano macho frito, acaompañado de camarones, mejillones, almejas y pescado al vino blanco". No pica señora.

Nossa senhora, quase morri. Uma sopa verde com frutos do mar. Se não tivesse ardida até que estava gostosa. Afe maria, quanta pimenta colocaram naquela sopa. Pior que os mariscos e vongoles vieram com a casquinha. Aí tem que pegar na mão e chupar o marisco. Credo, meus beiços tão que nem os lábios da Angelina Jolie. Vixe, meu nariz escorrendo, eu tossindo que nem louca, a boca pegando fogo e eu bebendo água e comendo pão pra ver se aliviava. Um pesadelo.

Pena que só vou ficar até sexta feira, senão ia conseguir perder os quilinhos a mais que ganhei nos Estados Unidos. A cidade é bonita: um vale cercado de montanhas altíssimas. Nunca vi montanhas tão altas na minha vida. É lindo. Uma pena que tenho tanto trabalho e tão pouco tempo para poder conhecer a cidade.

Até agora não vi nada da guerra de gangues que eles tanto falam na imprensa. Aliás, tem mais polícia na rua do que em São Paulo em dia de clássico de jogo de futebol. Se bem que o pessoal da empresa me pegou no aeroporto e vai vir me levar e trazer todos os dias. Mordomia!

Sunday, February 7, 2010

Vantagens do frio

Pois é, eu sei que esse assunto de frio já deu o que tinha que dar e todo mundo já sabe que aqui tá frio pra caramba. Mas eu só queria mostrar essa foto do sorverte. Acontece que o frigobar do quarto não é muito bom pra congelar o sorvete, então eu decidi deixar o sorvete do lado de fora da janela. Acreditem, é bem melhor que o congelador do frigobar.

Eu até estava achando legal essa brincadeira de ter sorvete na neve, mas durou pouco. Dois dias depois o sorvete foi roubado pelos esquilos, que só deixaram os potes, todo roído:-(

Thursday, January 21, 2010

Meleca de nariz

Uma coisa curiosa que está acontecendo comigo aqui é o aumento da produção de meleca de nariz. Eu não estou falando daquela meleca mole que acontece quando a gente está resfriado, mas sim daquela caca mais sólida, que faz a gente querer "limpar o salão", sabe? Sério. No Brasil, geralmente tirar a meleca do nariz duas vezes por dia era suficiente para mantê-lo limpo. Eu não sei o que acontece aqui que eu tenho que limpar o nariz umas 4 ou 5 vezes por dia! (Mãe, fica tranquila que eu não estou fazendo isso em público.)

Andei pesquisando na internet e (não sei se é verdade, já que a fonte é meio duvidosa) mas prece que o nariz humano produz cerca de um copo de requeijão de muco por dia! Esse muco serve para proteger o organismo de sujeira, pó e germes que chegam pelo ar que a gente respira. Aí, os pelos fazem esse muco ir para a garganta (para ser engolido ou cuspido) ou para a parte mais externa do nariz (desculpe mas eu não sei os termos técnicos corretos). Bom, parece que o muco que vai para a parte mais externa fica ressecado pelo ar e se transforma na famosa caca a qual eu estou me referindo aqui.

Acho que a produção da meleca de nariz aumentou porque o ar aqui é muito seco. Além disso, com esse frio dos diabos que faz aqui, a gente fica o tempo todo em ambientes aquecidos, que devem ser mais secos ainda. Ainda não tive coragem de perguntar para outras pessoas se eles produzem muita meleca. Sei lá, fico meio sem-graça de conversar isso com os gringos aqui. De qualquer forma, já estou ficando cansada de tanta meleca!

Monday, January 18, 2010

O pesadelo na montanha

É, o título parece nome de filme de terror, mas foi quase isso que aconteceu no domingo passado quando eu fui esquiar pela primeira vez. Essa história de esquiar é meio complexa. A logística envolvida é enorme. Primeiro é necessário saber se nevou na montanha, então todo mundo tem a página de previsão do tempo nos favoritos e fica monitorando. Por incrível que pareça, a neve não é tão importante assim porque o pessoal do resort fabrica neve. Isso mesmo, eles têm umas máquinas de fazer neve. Mas todo mundo diz que esquiar na neve de verdade é bem melhor.

Bom, uma vez decidido que se vai esquiar, é necessário acordar bem cedo. Quem conhece minha aptidão para dormir sabe que acordar cedo é uma tortura imensa para mim. Então eu tinha que escolher: ou eu acordava tarde e ficava no dormitório sozinha estudando ou eu acordava cedo e ia esquiar com meus amigos. Não foi tão difícil assim escolher.

Saímos às 7h30 da manhã num frio de menos 21 graus Celsius. Foi o dia mais frio da minha vida. E não pense que para sair às 7h30 basta acordar às 7h15. Isso funciona para ir para aula, mas para esquiar é necessário acordar às 6h. Isso porque eu tinha que preparar todo o equipamento e também me vestir. Sério demora muito pra se preparar: 2 calças, 3 blusas (camiseta de manga comprida, blusa de flanela, blusa de lã), 1 jaqueta, cachecol, 2 pares de luvas, máscara (aquelas de bandido que só deixa os olhos de fora), óculos, capacete, botas de esqui, esquis e o par de bengalas que eu não sei o nome em português (em inglês se chama poles). Com toda essa parafernalha, eu mal conseguia me mexer e mais parecia o robocop andando...

Eu estava num mau-humor de espantar qualquer um. Não estava acreditando que tinha acordado de madrugada e estava passando um frio de arrepiar urso polar. Meus amigos estavam todos felizes porque iam esquiar, fazendo brincadeiras, contando piadas e eu dando coices para tudo quanto é lado. A montanha fica a 50 minutos de carro e a gente parou no meio do caminho para tomar café. Ah, depois do café meu humor já ficou melhor: sanduíche de presunto com ovo e bacon melhora o humor de qualquer um!


Chegando na montanha é necessário escolher a pista ideal. Como eu nunca tinha esquiado antes, contei com a caridade imensa do Benoit, que se voluntariou na missão impossível de me ensinar... Sério, esse cara teve uma paciêcia de monge comigo. Mas também não significa que ele foi bonzinho. Já pra começar ele me colocou na pista verde. Mais fácil que a verde é a pista de aprendiz, onde a declividade é bem pequena. Mas não, par ao meu desespero a gente já foi logo pra verde. Subimos a montanha de teleférico e uma vez lá em cima não tem jeito de descer, a não ser esquiando. Claro que sempre dá pra descer a pé, mas aí é passar muita vergonha.

Não dá pra descrever o desastre que foi. Esquiar é diferente de patinar no gelo (lembra que eu joguei hockey no gelo né?). Na patinação eu caía porque perdia o equilíbio. No esqui a coisa mais difícil que tem é parar. Começava a descer um pouco e já pegava uma velocidade imensa. Um descontrole total, não sabia para onde ir. Aí eu me jogava no chão, rolava um pouco e parava. Para levantar é outro parto, segurando os poles, com os esquis nos pés. Começava a levantar e os esquis começavam a descer antes de eu ficar de pé. Show de horror. O Benoit ia me ensinando, mas a cada queda ele fazia aquela cara de desespero e eu ia pensando "eu não vou conseguir fazer isso nunca, chega dessa palhaçada, melhor desistir". Mas aí eu pensava em toda a grana investida nessa história de esquiar (passe da montanha, equipamento) e também não podia decepcionar meu paciente professor. Nem preciso dizer que eu desci a montanha toda desse jeito, caindo, levantando, atropelando. Levei 45 minutos para descer uma pista que um esquiador medíocre faria em 5 minutos.


É difícil de dizer que eu aprendi alguma, mas no fim do dia já estava caindo bem menos e me divertindo à beça. Caindo, mas me divertindo. Além disso, a paisagem do topo da montanha é maravilhosa.